quinta-feira, 19 de julho de 2012

O que é ciência


Constitui crença generalizada que o conhecimento fornecido pela ciência distingue-se por um 
grau de certeza alto, desfrutando assim de uma posição privilegiada com relação aos demais tipos 
de conhecimento (o do homem comum, por exemplo). Teorias, métodos, técnicas, produtos, 
contam com aprovação geral quando considerados científicos. Podemos listar algumas pressuposições centrais do que chamaremos visão comum da ciência: a) A ciência começa por observações; b) As observações são neutras; c) Indução. Examinando brevemente a questão da justificação da indução 
processo dedutivo não apresenta maiores dificuldades considerando o uso das leis da lógica. Tais leis, no entanto, não asseguram a validade do processo indutivo. Eliminada a possibilidade de justificação lógica, resta, segundo os pressupostos empiristas dos próprios defensores dessa concepção, unicamente a justificação  empírica. No entanto, os filósofos John Locke e David Hume apontaram,  nos séculos XVII e XVIII, que a justificação empírica da indução envolve dificuldades insuperáveis.  Essa constatação veio a exercer uma enorme influência na filosofia, estimulando, por um lado, a retomada de doutrinas racionalistas (Kant) e, por outro, a reformulação dos objetivos empiristas, com o reconhecimento de que o ideal original de certeza e infalibilidade do conhecimento geral do mundo exterior não pode ser atingido. Procurou-se, assim, determinar condições nas quais o salto indutivo seja feito da maneira mais segura possível. Entre as 
condições que têm sido propostas destacaríamos: a) o número de observações de um dado fenômeno deve ser grande; b) deve-se variar amplamente as condições em que o fenômeno se produz; e c) não deve existir nenhuma contra-evidência, i.e., observação que contrarie a lei. 

O que é ciência